
Calendário perpétuo Veja o calendário de qualquer ano (do ano 1 da Era Cristã ao infinito). Você verá que no ano de 1582, ano da transição do Calendário Juliano para o Calendário Gregoriano, inexistiram os dias 5 a 14 de outubro Calendário perpétuo
O nome dos meses
A origem do nome moderno dos meses? Janeiro, homenagem a Janus, deus de duas caras. Fevereiro, homenagem a Februa, deusa das purificações e dos sacrifícios. Março, homenagem a Marte, deus da guerra. Abril, de origem contraditória, sobressaindo a referência ao “abrir” (germinar) das sementes. Maio, também de origem polêmica, ora associado à magistratura, ora associado à deusa Maia. Junho, associado a Junius, antigo mês consagrado aos jovens. Julho, homenagem a Júlio César. Agosto, homenagem a César Augusto. Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro, respectivamente sétimo, oitavo, nono e décimo mês nos calendários antigos.
Um parêntese: Diferentemente da crença popular, o nome “bissexto” não teve origem no fato de anos bissextos contarem 366 dias. A explicação correta é que o dia complementar seria colocado entre o sétimo e o sexto dia anteriores às “calendas de março” (isto é, entre 23 e 24 de fevereiro – mês que na época tinha 29 dias, normalmente), o que fez denominá-lo “bissexto calendas” (em outras palavras, dois “sextos dias” antes de março).
O Calendário Juliano acabou teoricamente em 4 de outubro de 1582 e o Calendário Gregoriano iniciou em 15 de outubro de 1582, à época do Papa Gregório XIII, “apagando” da história os 10 dias intermediários, de 5 a 14 de outubro de 1582.
Ano trópico
Mas o que é ano trópico? Cabe lembrar aqui a origem disso: Muito antes do calendário atual os sábios já haviam percebido que, na sua oscilação entre o trópico de Câncer e o de Capricórnio, o sol está, periodicamente, “em cima” da linha do equador, ocasião em que o dia e a noite têm o mesmo tempo de duração, o chamado “equinócio”. Verificou-se que isso tinha relação direta com as “estações” e ocorria no início da primavera e no início do outono. Usou-se, então, o tempo decorrido entre dois equinócios de primavera no hemisfério norte (março) para definir o ano. Eram aqueles 365 dias e 1/4 do tempo de Júlio César, número surpreendentemente preciso para a época.
Mas, no tempo do Papa Gregório XIII, já se sabia que o número era outro. Hoje ele está definido como 365,24219271 (em vez dos antigos 365,25) e diminui à razão de 0,005369 segundo por ano. Por isso o Calendário Gregoriano substituiu o Calendário Juliano, fazendo o mencionado acerto dos 10 dias e estabelecendo as mencionadas correções extraordinárias a cada 100 anos. Isso acertará as coisas ao menos até perto do ano 4000, quando a fração restante provocará novo erro de 1 dia, a ser corrigido. Especula-se fazê-lo definindo como não bissexto também o ano 4000 e seus múltiplos.
Os dias da semana
A origem da divisão do tempo em semanas perde-se no passado. O que se sabe é que os povos antigos se inspiraram na duração das fases da Lua para estabelecer o período semanal (sete dias, “septimana”, semana). Mas os registros de datas, como conhecidos hoje, somente foram organizados a partir do Concílio de Nicéia, em 325 d.C., à época do Papa Silvestre I (sim, foi ele que inspirou o nome da Corrida de São Silvestre), inclusive no que diz respeito ao dia de Natal e ao domingo de Páscoa. Qualquer registro histórico anterior a 325 d.C. tem, portanto, margem de erro, inclusive as importantes datas do nascimento e do martírio do Cristo.
Outra curiosidade é a associação dos dias da semana com os corpos celestes, como alguns povos ainda preservam em seu calendário, a saber:
Inglês Espanhol Italiano Francês
Domingo Sol Sunday Domingo Domenica Dimanche
Segunda Lua Monday Lunes Lunedi Lundi
Terça Marte Tuesday Martes Martedi Mardi
Quarta Mercúrio Wednesday Miércoles Mercoledi Mercredi
Quinta Júpiter Thursday Jueves Giovedi Jeudi
Sexta Vênus Friday Viernes Venerdi Vendredi
Sábado Saturno Saturday Sábado Sabato Samedi
O nome dos dias da semana
Na verdade, se dependesse do Papa Silvestre I, todos os povos teriam adotado a nomenclatura “domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira e sábado”, a qual, todavia, só persistiu junto aos povos de língua portuguesa. Os outros povos preferiram manter as antigas denominações pagãs. Por que “segunda-feira, terça-feira etc”? Porque naquela época a Páscoa era comemorada durante toda a semana, vale dizer, eram sete feriados consecutivos (“feriae” no latim, traduzido para “feira” no português). O nome “sábado” seria preservado e o domingo, que levaria o nome de “primeira feira” depois do sábado, também teve o nome preservado, em homenagem ao Senhor (“dominus”). Só a partir da “segunda feira” depois do sábado prevaleceu a regra dos números ordinais – terça (terceira) feira, quarta feira, quinta feira e sexta feira depois do sábado.
Uma observação oportuna
O século XXI e o terceiro milênio somente começam em 1º de janeiro de 2001, e não no ano 2000. Isso porque não existiu ano zero. A primeira década foi de 1 a 10, a segunda de 11 a 20, o primeiro século de 1 a 100, o segundo de 101 a 200, o vigésimo de 1901 a 2000 e o vigésimo-primeiro será de 2001 a 2100. Assim como o primeiro milênio foi de 1 a 1000, o segundo de 1001 a 2000 e o terceiro será de 2001 a 3000.














